O Impostor

• Você não é bom o suficiente. Nunca foi. 

Foi o que ouviu de si mesmo após receber um elogio. É o que sempre escuta à exaustão em seus pensamentos. 

• E se eu me esforçar mais? Se ficar até mais tarde trabalhando? E se gastar o que não tenho para compensar minha ausência?

• Ainda não. 

Responde a voz, sem qualquer esperança.

• Não adianta. Você ainda será uma farsa.

Insistiu a voz até que o sono, finalmente, o venceu.

Cerca de 80% da população mundial já viveu um diálogo parecido. Conversas assim são comuns aos mais ansiosos e depressivos, os que evitam riscos nos relacionamentos e na carreira profissional, os que que caminham acelerados ao burn-out.  

Essa pressão para provar valor a si mesmo, esse medo constante - típico de quem tem alto desempenho - de ser descoberto como incapaz de repetir sucessos passados, tem saída. É difícil? Sim. Mas há saída!

Precisamos, às vezes, de mentores, amigos e colegas que nos lembrem dos dons que Deus nos deu. A afirmação ajuda, claro, mas também precisamos de quem confronte, com gentileza, nossas tendências autodepreciativas. E precisamos, ainda, aprender a conviver com nossas limitações. Contudo, acima de tudo isso, é essencial aprendermos a conviver com nossas inseguranças diante de um Deus que permanece ao nosso lado.

Olhe para Josué. Deus não diz:

• Josué, você é incrível! Dê algum crédito a si mesmo. Veja seus talentos.

Em vez disso, Ele diz:

• Ninguém poderá resistir a você todos os dias da sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você. Não o deixarei, nem o abandonarei… (porque estarei) com você onde quer que você andar. Josué 1.5-9.

A síndrome do impostor empurra o indivíduo para comparações com quem parece melhor no Instagram - especialmente nessa época de festas de fim de ano. Sussura e grita que você nunca será suficiente como cônjuge, pai/mãe, filho, profissional, cristão, etc.

Mas a presença de Jesus - suas palavras, sua aliança, sua cruz - diz outra coisa: O altíssimo, que é soberano sobre toda criação, não abandona os seus. Nenhuma insegurança, nenhum pecado evidente é forte o suficiente para resistir à força do compromisso de Deus com seu povo.

Então, na próxima vez que essas conversas estranhas começarem, lembre-se: Aquele que escolheu estar com Josué, cuja presença foi a maior proteção contra os ataques externos e as inseguranças internas, também escolheu estar com seu povo.

Em Cristo, 

Rev. André Dantas